segunda-feira, 28 de maio de 2012

Alimentar o corpo e a alma

No passado fim de semana, ao entregar o nosso contributo às pessoas do Banco Alimentar, que se encontravam à porta do hipermercado onde fizemos as nossas compras, descambei a chorar...!

Quem lá se encontrava para receber os sacos, era uma menina [na casa dos 20 anos] e um senhor [escuteiro] com cabelo branco e com um ar tão terno que só de olhar para ele, sem que me apercebesse, dei comigo a sorrir.

O senhor, que tinha idade para ser meu avô, ao ver o quanto fomos generosos, agradeceu-nos tantas vezes e, no entretanto, como o tagarela do meu filho tem sempre que falar, disse-lhe: «guarde tudo que é para dar aos meninos pobres».

Segundos depois de o avozinho ter ouvido o Xavier, fez-lhe um afago no rosto e, naquele momento, ao ver a emoção dele, bem patente no seu olhar e no seu rosto, não consegui conter-me, principalmente quando ele se chegou a mim e me disse algo, ao ouvido, como se soubesse que algo se passa connosco...

Foi um DAQUELES momentos que me fez estremecer por dentro mas, depois de ter chorado baba e ranho, o certo é que me senti bem mais “leve”, durante o resto do dia.

[•••]

Não tive a felicidade de conhecer os meus avôs e isso sempre me deixou com uma grande mágoa, que agora sinto mais pelo facto do Xavier só ter um que, devido ao seu trabalho […], só consegue estar com ele alguns minutos por semana.

Tomara, mesmo, que as coisas mudem, até porque não sei se é por o Avô E. ser único mas o Xavier tem uma paixão tão grande por ele, apesar do pouco tempo que passam juntos, que a última coisa que eu quero para o meu filho é que ele cresça sem o avô, uma das pessoas mais importantes na vida de uma criança.

6 comentários:

PatLeal disse...

Acredito, Tb perdi os meus cedo, um morreu um mês antes de eu nascer e o outro tinha eu uns 9 anos. Entendo-te bem. Em relação ao ajudar, se quiseres mando-te um mail con a explicação de um projecto parecido a este no qual estou inserida.

Bjocas e animo.

Barriguita disse...

às vezes só precisamos de um motivo para deitar tudo cá para fora.

bjinhos

Ana disse...

felizmente conheci os meus 2 avôs... e foram tão mas tão importantes para mim, que a dedicatória da minha tese de doutoramento teve de ser para eles, porque infelizmente tinham falecido poucos anos antes... ainda hoje me fazem falta...

Sara disse...

Tenho uma lágrima no canto do olho, tenho uma lágrima no canto do olho ... há palavras e gestos que me emocionam poe demais. Mas são essas pessoas e as pessoas como tu que ainda me fazem acreditar que possa haver salvação para esta civilização que só pensa nas coisas materiais em vez de valorizar aquilo que realmente importa.

Mamã da Caroxinha disse...

E agora fiquei eu de olhos rasos de água...por vezes há gestos e palavras que despoletam aquele botão que precisamos de acender...
Chorar não serve de muito, mas limpa a alma e deixa-nos mais leves...
Ter avós é mesmo maravilhoso, eu só conheci uma como sabes e felizmente fui feliz com ela 30 anos! É uma dor para mim que a minha filha também só tenha um avô, mas felizmente são doidos um pelo outro e ele apesar do trabalho é mais disponível que o do Xavi.
Que Deus os conserve muito tempo,porque são pilares importantes no crescimento!
beijocas

kel disse...

Amiga, fiquei com lágrimas nos olhos ao ler te. És linda sabias? és mesmo maravilhosa, era tão bom que existissem mais pessoas assim. Gostava tanto de podermos conviver mais, que os nossos filhos brincassem, porque é de pessoas assim que gosto de rodear a minha vida e a minha familia ;)
Eu ainda tenho duas avós, os meus avôs já se foram, um agora em Janeiro e foi muito dificil. A minha filha tem a felicidade de ter todos os avós, graças a Deus e ainda conhece as bis e conheceu um bisavô, há algo melhor? não há mesmo, esta troca, esta troca intergeracional é algo que não se aprende em livros nem na escola, só na vida.
Um beijo enorme minha linda